Materiais para evangelização de crianças

4 de outubro de 2011

Matéria do jornal O Dia - on Line

Os jovens são muitos no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, nosso país teve 42,9 milhões de jovens, 32,7 milhões deles entre 12 e 18 anos. E é justamente nessa idade que muitos estão mais vulneráveis aos crimes sexuais. Dados da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos mostram que, no ano passado, 56.760 crianças e adolescentes foram vítimas de abuso, exploração sexual e/ou tráfico de seres humanos para fins sexuais. No Piauí, esse número chegou a 1.042 casos.


O relatório aponta que dos casos registrados, 626 meninas foram vítimas desse tipo de violação, enquanto os meninos foram 397 dos casos. Casos explícitos de exploração infantil totalizaram 81, negligência, 195 casos, pornografia infantil, apenas um casos, violência física e psicológica, somaram 262 e abuso sexual, 174 casos.

A secretária da Assistência Social do município, Graça Amorim, afirma que de 2008 até abril de 2011, 180 crianças vítimas de abuso sexual foram atendidas pelos Centros de Referência em Assistência Social (CREAS). "Além desses, ainda existem os casos de sub-registros, ou seja, de famílias que não querem denunciar por vergonha ou mesmo por medo. Essa é uma situação que não pode ficar impune e o evento é para conscientizar a sociedade sobre estas estatísticas que violam direitos de tantas crianças", relatou.


O combate e a prevenção de abusos sexuais a crianças precisam ser feitos, principalmente, dentro de casa. Segundo o estudo da Secretaria dos Direitos Humanos, quatro de cada dez crianças vítimas de abuso sexual foram agredidas pelo próprio pai e três, pelo padrasto. O pai (38% dos casos) é o agressor mais comum, seguido do padrasto (29%). O tio (15%) é o terceiro agressor mais comum, antes de algum primo (6%). Os vizinhos são 9% dos agressores e os desconhecidos são a minoria, representando 3% dos casos.

A promotora da infância e da juventude, Leida Diniz, ressalta o desejo de que a sociedade se volte e se mobilize para esse problema social: "Não conseguiremos ter uma sociedade justa com tantos índices de exploração sexual. É preciso saber qual o grau de comprometimento dos governantes e da sociedade com a causa, para podermos agir com mais eficiência," afirma promotora.

Apesar das violações sexuais contra crianças e adolescentes serem crimes com penas que variam de cinco a dez anos de prisão, as marcas físicas e psicológicas deixadas nas vítimas dificilmente serão sanadas. "Além disso, as autoridades têm dificuldade em punir os responsáveis, pois, muitas vezes, as próprias vítimas não dão declarações contra seus violadores. Isso pode estar relacionado ao fato de o abusador ser, geralmente, alguém da família ou próxima a ela", frisou a promotora Leila Diniz.



Repórter: Mayara Bastos (redacao@portalodia.com)

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